VIRADO PARA A MAGIA DE CLOSE-UP
Foi no "MagicPorto CIF 83" que tive oportunidade de assistir à excelente conferência de PEPE CARROLL. E como, em termos mágicos, o meu interesse pela Magia de Close-up (nessa época ainda não tinha introduzido o termo Magia de Proximidade) era cada vez maior, as respectivas notas de conferência "Efeitos Y Presentaciones" foram avidamente lidas e relidas. A par deste pequeno, mas importante, livrinho, devo registar a aquisição de dois livros que muito contribuíram para o enriquecimento da minha cultura mágica: "Magic & Showmanship" (de Henning Nelms) e "The Topit Book" (de Michael Ammar).
O reconhecimento, no meio mágico, relativamente à minha dedicação à Magia de Close-up, era sobejamente conhecido. Por isso não me admirou ter sido convidado para realizar uma actuação desse tipo na Convenção API-83.
Mas a minha vontade era também fazer chegar a Magia de Close-up a um público leigo mais alargado do que aquele que, habitualmente, frequentava as galas de close-up dos festivais de magia. Tal objectivo levou-me a realizar actuações em casas de fado. O típico modo de funcionamento de uma casa de fado pareceu-me apropriado a tal, pois, nos intervalos das actuações dos diversos fadistas, eu abordava uma das mesas e apresentava algumas rotinas de close-up.
Com sinceridade, posso dizer que houve boa receptividade pela grande maioria das pessoas abordadas nos moldes descritos. Uma medida dessa boa aceitação foi o facto de, por diversas vezes, me tentarem gratificar no final da minha actuação. Como eu estava contratado pela gerência da casa, sempre declinei o recebimento de tais gratificações. A única vez em que fui "obrigado" a aceitar tal tipo de gorjeta aconteceu quando a mesma me foi entregue, no final da noite, pelo gerente da casa de fado que a havia recebido de um cliente no acto de pagamento.
Por outro lado houve pouca receptividade empresarial para inovar, ou seja, os gerentes das duas casas de fado em que realizei tais actuações (no total foram 36 noites) entenderam que não se justificava o custo acrescido da presença de um mágico a animar com close-up os respectivos clientes. Na minha óptica houve falta de visão para apostar na inovação e criar um elemento de diferenciação que, julgo eu, poderia trazer benefícios a longo prazo.
Mas não é a introdução da Magia de Close-up em casas de fado a marca mais forte nas minhas memórias deste ano. Essa é constituída pela minha intervenção, precisamente com Magia de Close-up, num programa de televisão transmitido em prime time: "O Foguete". Terá sido esta a primeira vez que uma actuação de magia de close-up mereceu tal "distinção" na televisão portuguesa? Pessoalmente não tenho a certeza, mas também não tenho conhecimento de nenhuma outra anterior a 17 de Setembro de 1993. E, enquanto não tiver tal evidência, permito-me o devaneio de pensar que fui, em tal matéria, pioneiro.
NOTAS DE RODAPÉ
2 comentários:
O primeiro a apresentar magia de proximidade na TV, no programa "O Foguete", foi um tal de João Maguy, é assim que está anunciado no site https://www.rtp.pt/programa/tv/p27030
Se duvidas houver basta observar o genérico final do programa, onde também aparece como convidado o mesmo "Maguy".
Este é que foi o pioneiro.
Aprecio quem lê atentamente o que escrevo e consegue encontrar incoerências com as patacoadas escritas no site da RTP e no genérico do programa.
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