A MAGIA NA RTP . . .
Em 8 de Março de 1984 foi, finalmente, exibido na RTP 2 o episódio do programa "Nocturno" que incluía a minha participação como convidado. E sublinho "finalmente" pois o mesmo havia sido gravado, nos estúdios da RTP do Monte da Virgem em 18 de Agosto de 1983. Esse programa, além da actuação propriamente dita, também incluiu uma breve entrevista feita no camarim. Aqui está uma parte dela, com a qualidade possível, pois originalmente a gravação foi efectuada num gravador Betamax.
E aqui está a actuação feita nesse mesmo programa.
Na programação da RTP das tardes de domingo existia o programa de entretenimento chamado "A Festa Continua" que era apresentado por Júlio Isidro. Era normal esse programa escolher, em cada semana, um tema diferente para moldar o guião do programa e escolher o respectivos convidados. Por isso, quanto foi anunciado que o programa "A Festa Continua" do dia 15 de Abril seria dedicado ao Ilusionismo, fiquei entusiasmado com a perspectiva de assistir a exibições de bons mágicos. Infelizmente tal não aconteceu e o programa foi uma autêntica "palhaçada" (no mau sentido).
Nessa altura um grupo de ilusionistas (Eng. António Cândido, JOFERK, UL-DE-KAR, ZÉPI, JOMAGUY e FERKAR) havia formado um "Círculo Mágico" com o intuito de desenvolver trabalho de pesquisa na área da Magia de Close-up. Éramos todos sócios do CIF, mas o funcionamento do "Círculo Mágico" não se integrava na programação das actividades do CIF. Perante a abordagem que havia sido dada à nossa Arte, o "Círculo Mágico" escreveu a Júlio Isidro uma carta a repudiar a mesma.
Dessa carta foi dado conhecimento ao Conselho de Gerência da RTP, às entidades mágicas portuguesas e a diversos orgãos de comunicação social e nela se escreveu o seguinte:
Por tudo o que atrás expomos, queremos manifestar-lhe o nosso mais profundo repúdio, como ilusionistas e como portugueses espectadores de televisão dos anos 80.
O resultado de formas de agir como a sua (enquanto responsável de “A Festa Continua") é traduzido pelo facto do Ilusionismo, ainda hoje, ser considerado como "arte menor", em Portugal, enquanto, em muitos outros países, já atingiu a maioridade." (sic)
Nós não fomos os únicos a levantar a voz contra tal "palhaçada". O mesmo fez JÓNIO na sua colaboração nas páginas da folha informativa de "HORTINY MÃOS MÁGICAS ESTÚDIO". Seguidamente apresento, com a devida vénia, a reprodução de tal escrito.
Felizmente a RTP viria, ainda em 1984, a dar um tratamento bem diferente à Arte Mágica pela mão de Carlos Cruz no concurso "Um, Dois, Três" transmitido em 20 de Novembro. Aí tivemos a oportunidade de ver as mais diversificadas actuações de mágicos portugueses (JODIVIL E MARGOT, SERAVAT, DIOGO, MARIA JOÃO TAVARES, FRED ALAN e PAULO VILHENA) e uma paródia ao Ilusionismo feita com mestria pelo saudoso actor Carlos Miguel "Fininho". Claro que o facto da produção do programa ter tido, como assessor, um mágico profundamente conhecedor (JODIVIL) muito ajudou a não cair na tentação de apresentar uma "palhaçada" similar à de "A Festa Continua". Pena foi que a demora nas gravações "provocasse" num dos números a necessidade, na edição, de abusar na inclusão de imagens do público.
Aqui se relembra a intervenção do "Fininho".
. . . E O RESTO
O MagicPorto CIF 84 permitiu-me voltar a apreciar uma conferência de CAMILO VASQUEZ. É curioso verificar que há mágicos cujas conferências sempre nos proporcionam novos ensinamentos, mesmo quando a elas já havíamos assistido anteriormente. CAMILO VASQUEZ é um deles. Também estive presente na Convenção API que se revelou uma excelente jornada de convívio com boa Magia.
Em termos de novas aprendizagens também quero referir os livrinhos "Los Cinco Puntos Mágicos" (de JUAN TAMARIZ) e "Psicologia del Empalme" (de ARTURO DE ASCANIO), os quais, sendo "livrinhos" no que se refere à respectiva envergadura física, poderão ser considerados "grandes tratados" sobre as matérias que abordam.
Neste ano continuei a diversificar os locais das minhas actuações, procurando, sempre que possível, divulgar a Magia de Close-up com intervenções de tal género mágico, como foi o caso da "Discoteca Pub Gatsby". E claro, quando se tem um nome artístico do género "JOMAGUY", corre-se sempre o risco de o ver escrito das maneiras mais variadas.
NOTAS DE RODAPÉ
2 comentários:
Boa rotina de manipulação no geral e excelente rotina de argolas chinesas em particular.
Parabéns Jomaguy, Jo Maguy, João Maguy, Maguy e a todos os alter egos.
Claro que a qualidade do ilusionista brilhou ainda mais com as bonitas espectadoras que estavam presentes.
Obrigado, Rui. E tu que não reparasses nas espectadoras...
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