domingo, 17 de abril de 2022

1985 - ANO TREZE (Parte 2)

 

UMA ACTUAÇÃO MUITO PECULIAR

Em Julho deste ano recebi o pedido para uma "borla", ao qual nunca poderia responder com um não. Tratou-se dum pedido do bom amigo Manuel da Costa (MACOS) que sendo, à data, proprietário de uma loja no Centro Comercial Dallas se vira confrontado com o pedido de um outro comerciante do mesmo centro. E o pedido que lhe foi feito foi o de integrar um espectáculo de homenagem ao Duo Ouro Negro que iria ser levado a cabo no Restaurante Panorâmico do Centro Comercial Dallas, apresentando alguns truques.

Ora sendo o Sr. Manuel da Costa uma pessoa extrovertida e sempre brincalhona com os seus pequenos truques mágicos, normalmente, não se sentia muito à vontade quando era solicitado para uma actuação mais formal e, por isso, "passava a bola a outro". Foi esse o contexto do pedido que me foi feito para integrar o espectáculo da "tal" homenagem ao Duo Ouro Negro. Quem, de igual forma, foi "cravado" pelo Sr. Costa foi o OLIMACK.

A dita homenagem ao Duo Ouro Negro até fazia algum sentido, pois um dos elementos do duo (Milo) havia falecido a 4 de Abril desse ano, "obrigando" o outro elemento (Raul Indipwo) a ter uma carreira a solo. Mas a homenagem que eu vi foi um espectáculo num restaurante em que os presentes pagavam uma certa quantia para a ele poderem assistir. Nesse espectáculo actuaram Raul Indipwo e Os Irmãos Verdades. 

E agora perguntam os leitores: " E o que aconteceu aos mágicos?"

E eu respondo: Os mágicos também actuaram... mas no intervalo do espectáculo! 

Sim, leram bem, pois tudo se passou conforme irei relatar. A certa altura, para dar descanso aos artistas (os músicos, claro) foi anunciado um intervalo para lhes permitir comer e beber algo. E só passado um pouco é que foram anunciadas as actuações dos mágicos para preencher o tal intervalo. 

Claro que o Sr. Manuel da Costa não teve qualquer responsabilidade no sucedido. Ele foi o primeiro a ser "enganado" em todo o processo. Esta situação, aliada às más condições de preparação e ao facto do Sr. Manuel da Costa até ter que pagar a cerveja que bebi, levou-me, daí em diante, a ser muito mais escrutinador perante solicitações de "borlas".


O CONCURSO DO SOLO MIO

Em Setembro deste ano participei no "Concurso Novos Talentos" promovido, em Lisboa, pelo Bar-Concerto Solo Mio com patrocínio do "Se7e" e da "Rádio Comercial". A minha participação em tal concurso aconteceu por um feliz acaso. Sendo leitor do "Se7e", ao tomar conhecimento de tal concurso e sabendo que nas datas das eliminatórias estaria a trabalhar em Lisboa, decidi inscrever-me apenas com o objectivo de ajudar a implantar o Ilusionismo como forma de entretenimento em ambientes que, por norma, apenas "tinham olhos" para o entretenimento musical.

Depois de ser apurado para a final tive que "investir" 2 dias de férias para poder participar na mesma. Mas foi um bom investimento pois obtive, entre os 72 inscritos no concurso, o 1º Prémio ex aequo com mais três concorrentes. Um deles, o actor João Santos, é nem mais nem mesmo que o conhecido actor e apresentador de TV João Baião.

Em Novembro voltei a actuar em Lisboa, desta vez na qualidade de convidado  da Convenção API-85, tendo realizado actuações de Palco e Close-up.


MOMENTO DE MAGIA (RTP 1)

Em 27 de Dezembro foi a emitida a minha primeira colaboração regular no programa da manhã da RTP 1 (Espaço 12/13). Esta primeira série de rubricas designada "Momento de Magia" foi constituída por um total de 39 episódios, o último dos quais foi emitido em 7 de Outubro de 1986. Aqui vos deixo o primeiro desses 39 episódios com a qualidade possível de uma digitalização feita a partir de uma velhinha videocassete Betamax.


NOTAS DE RODAPÉ

Nota de sinal + : A FISM de Madrid.
Nota de sinal + : Obter o 1º prémio num concurso fora do ambiente mágico.
Nota de sinal + : O início da rubrica "Momento de Magia".
Nota de sinal - : O "chico-espertismo" de alguns organizadores de "homenagens"...

2 comentários:

Rui Morgado disse...

"Momento de magia", gostei do mágico, da sua apresentação, da ideia do programa, que apesar de revelar os "truques" não precisa de cobrir a cara com uma máscara, porque foi feito com seriedade e dignidade e também gostei muito da espectadora, cuja beleza sem duvida que elevou muito a classe do programa.
Na rotina de bolas de esponja há mensagens curiosas, por um lado a espectadora diz ao mágico que prefere "machos", depois o mágico sugere uma "família a três" (ménage à trois), quando junta o "macho" com a "fêmea" e um "travesti" na mão da espectadora, a seguir a espectadora pensa no que lhe apetece e aparecem "salsichas" e o mágico diz que não precisava de mostrar tanto apetite.
Fica a pergunta: qual a moral da história?

Jomaguy disse...

Rui, obrigado pelos elogios.
Quanto à moral da história... Como sabes, em qualquer forma de Arte Performativa, a "história" que o artista cria só fica completa quando o espectador lhe dá uma interpretação de acordo com a sua experiência e o seu conhecimento. Talvez conseguisses vislumbrar uma "moral da história" se não estivesses (como sempre...) tão focado em ver a beleza das espectadoras...