1ª JORNADA MÁGICA DE LAMEGO
Por iniciativa do PROF. CHASTEN e com a colaboração do CIF e da MAGIARTE, o mês de Abril registou este evento, no qual participei como actuante a solo e integrado no grupo SKORPIUS. Foi uma excelente jornada de convívio, cumprindo o objectivo de levar as mais diversificadas actuações de ilusionismo a um palco no interior do país. A presença da MAGIARTE (com o Prof. Armindo de Matos) neste evento, depois de já ter marcado presença no Festival da Figueira do ano anterior, fazia augurar o retomar da sua actividade comercial em pleno. Tal, só viria a acontecer, mais tarde, pela mão de TONY KLAUF.
Durante o ano continuei a adquirir alguns livros que pudessem contribuir para ampliar a minha formação mágica. Por motivos diferentes dois deles merecem destaque: "Colombini's Cups and Balls" (de Lewis Ganson) e "Esto Es Magia" (de Alfonso Moliné). O primeiro foi a base de trabalho para uma rotina de covilhetes que me acompanhou durante muitos anos e o segundo "chegou com anos de atraso", pois era o livro que gostaria de ter tido quando me comecei a interessar por ilusionismo. Em termos bibliográficos também é oportuno registar a publicação do primeiro fascículo do "Dicionário do Ilusionismo em Portugal" da autoria de Camacho Barriga "JÓNIO".
O S.M.O.
As iniciais S.M.O. servem para indicar Serviço Militar Obrigatório, que foi o meu destino a partir de meados deste ano. Calhou-me, em sorte, a ida para a Marinha com a consequente prestação de serviço em Lisboa. Como iria passar dois anos em Lisboa, pensei em poder rentabilizá-los de alguma maneira, até porque, nos primeiros tempos, o ordenado da tropa era parco e precisaria de algum reforço. Houve colegas que solicitaram autorização para dar aulas e tal foi-lhes permitido.
Dado que, na altura, havia várias boites em Lisboa que contratavam mágicos e outras atracções, programando shows semelhantes aos dos casinos, decidi solicitar autorização para realizar espectáculos profissionais como mágico. Infelizmente, nessa altura, ainda havia muitos preconceitos relativamente à nossa Arte. Por isso a resposta obtida foi negativa, escudada numa justificação que, ainda hoje, recordo tintim por tintim: "A prática do ilusionismo não era atinente da valorização profissional de um oficial da Reserva Naval."
Confesso que, ao receber tal despacho, consultei um dicionário para ter a certeza do significado de atinente...
A CONVENÇÃO API 78
Entre 10 e 12 de Novembro, realizou-se mais uma Convenção da Associação Portuguesa de Ilusionismo, a qual me proporcionou a possibilidade de assistir a duas conferências magistrais: as de ASCANIO e SLYDINI.
As memórias das diversas conferências do mestre ASCANIO a que assisti, ao longo dos anos, misturam-se de forma a deixarem uma impressão global da sua grande mestria com cartas, em que cada movimento era pensado e estudado ao pormenor e plenamente justificado por toda a teoria por si explanada. Apercebi-me, por vezes, que as suas longas e pormenorizadas explicações cansavam os presentes no público que eram menos ligados à Cartomagia. Mas, para aqueles que o eram, não havia qualquer cansaço desse tipo (ou de outro) e as conferências poderiam demorar o dobro do tempo, que haveria sempre ensinamentos a colher.
Aqui pode ter-se uma ideia da magia com cartas de ASCANIO.
As memórias da conferência de SLYDINI (e das suas actuações) estão totalmente localizadas neste momento, por ter sido a única oportunidade que tive de o ver ao vivo. Tendo andado a ler e a praticar os lappings aprendidos no livro "The Magic of Slydini" que adquirira dois anos antes na FISM, foi um verdadeiro regalo poder ver o mestre a executá-los de uma forma tão perfeita! Ainda hoje guardo "religiosamente" dois pequenos tesouros que adquiri na sua conferência: os alfinetes dourados e os lenços brancos. É, portanto, fácil de adivinhar que os seus truques "The Mystery of the Gold Pins" e "The knotted silks" viriam a fazer parte do meu repertório de close-up.
Aqui pode ser vista uma actuação de SLYDINI, precisamente a executar a referida rotina de lenços.
NOTAS DE RODAPÉ