sábado, 21 de maio de 2022

1990 - ANO DEZOITO



A PRIMEIRA VEZ A BORDO DO FUNCHAL

Neste ano fui contratado por uma empresa espanhola (Central de Cruceros) que organizava cruzeiros fretando o Paquete Funchal. Para mim foi um cruzeiro diferente por diversas razões. Por um lado foi a primeira vez que actuei em tal paquete mítico da Marinha Mercante de Portugal e, por outro lado, como os passageiros eram maioritariamente de nacionalidade espanhola, tive que falar espanhol (melhor dizendo "portunhol") durante as minhas actuações.

Além disso, o cruzeiro começava (18 de Agosto) e terminava (3 de Setembro) em Santander. Para a ida, a Central de Cruceros contratou um táxi para me transportar e no regresso até havia a possibilidade de vir até Lisboa no navio, pois o cruzeiro seguinte do Paquete Funchal iniciar-se-ia precisamente em Lisboa. 

No entanto, este contrato apanhou-me numa fase de transição da minha vida profissional, pois o dia 3 de Setembro iria ser o meu primeiro dia de trabalho numa nova empresa (RTP). Iniciaria tal fase da minha vida profissional com um breve estágio em Lisboa, antes de assumir o meu posto de trabalho em Gaia (Monte da Virgem). Convenhamos que parecia mal começar a pedir alguns dias de férias antes de realizar um único dia de trabalho... Nem sei mesmo se tal situação era legalmente possível.

Por isso, o que acordei com a Central de Cruceros foi o regresso de avião a partir de Bruxelas no dia 1 de Setembro, data da última paragem prevista no itinerário do cruzeiro (Zeebrugge). Tal regresso não envolvia o transporte do material, o qual eu iria recolher quando o Paquete Funchal atracasse em Lisboa. Tudo bem planeado para chegar ao Porto no sábado, viajar no dia seguinte com a família para Lisboa e, na segunda-feira, 3 de Setembro, apresentar-me na nova empresa.

Mas nem sempre as coisas correm como são planeadas. E um atraso na chegada do navio a Zeebrugge fez com que chegasse ao aeroporto de Bruxelas já com a porta de embarque do meu voo para Lisboa encerrada. A solução foi pernoitar em Bruxelas, viajar no domingo para Lisboa e esperar que a família se me juntasse, viajando de carro.

CONFERÊNCIAS, SINTRA, ETC.

No Festival de S. João Bosco fui convidado a apresentar uma conferência e tentei, com ela, cativar mágicos que só gostavam de apresentar "magia de palco" para as vantagens de também darem alguma atenção à "magia de close-up". Sobre esta conferencia não foram publicadas quaisquer notas.

Em 9 de Junho realizou-se, no CIF uma conferência por Arturo de Ascanio. Sendo uma conferência  que não estava incluída num evento mágico do tipo festival ou congresso, não havia a pressão de respeitar um certo limite de tempo por força de outros actos programados. Por isso pudemos desfrutar dos ensinamentos do Mestre com grande pormenor. Esta conferência também deixou boas memórias em Ascanio conforme se pode verificar pelo extracto da entrevista conduzida por Vasco Eloy publicada na revista "O Mágico" de Março de 1996, posteriormente reproduzida no livro "Arturo de Ascanio - Uma homenagem" editado pela Associação Portuguesa de Ilusionismo.

Apesar de eu não ter participado, importa referir que foi neste ano que se iniciaram os Encontros Mágicos de Sintra. Na génese destes encontros esteve uma conversa que tive com o Pedro Lacerda num dos festivais da Figueira, conversa a que se juntaram outros mágicos, sendo um dos mais entusiastas o ROVIT. 

Em 1990 vimos partir do nosso convívio LE-A-FAR, um ilusionista da velha guarda que era um participante assíduo e activo em muitos eventos mágicos em Portugal e não só.

NOTAS DE RODAPÉ

Nota de sinal + : Actuar a bordo do Paquete Funchal.
Nota de sinal + : O início dos Encontros Mágicos de Sintra.
Nota de sinal - : O falecimento de LE-A-FAR.

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