sábado, 28 de maio de 2022

1991 - ANO DEZANOVE (Parte 1)

 


FISM - O REGRESSO IMPREVISÍVEL A LAUSANNE

O 18º Congresso Mundial de Magia estava programado para Roma, mas a morte inesperada (Julho de 1989) do respectivo presidente (PROF. SITTA), que era o elemento agregador das diversas sensibilidades existentes na magia italiana, criou a necessidade de ser encontrada uma nova solução. A equipa que tinha organizado a FISM três anos antes em Haia e o Club des Magiciens de Lausanne que organizara o Congresso FISM nove anos tinham "bem oleadas" as respectivas máquinas organizativas e propuseram-se suprir tal necessidade. A escolha recaiu em Lausanne.

Entre os concorrentes nas modalidades de palco destaco os premiados TOPAS, ARSENE LUPIN, JUAN MAYORAL e, naturalmente, o vencedor do Grand Prix VLADIMIR DANILIN (a sua rotina vencedora pode ser vista aqui). Além destes também recordo as excelentes prestações de DAVIDO e TIM ELLIS. Este último teve direito a um Special Award pela sua versão rap do clássico "Sempre Seis"(que pode ser vista aqui). 

Portugal teve três concorrentes envolvidos nos concursos de palco: SALGUERY (Magia Geral), DAMIÃO (Magia Geral) e OLIMACK (Manipulação). Este último apresentou a sua rotina de sombras chinesas e a inscrição na disciplina de Manipulação foi a solução adoptada por não haver modalidade de Artes Anexas no concurso. Nenhum obteve prémio, mas todos eles deixaram uma boa imagem da Magia em Portugal.

Nas modalidades de mesa destaco os premiados FRANCIS TABARY, JOHN CARNEY, SIMO AALTO, LENNART GREEN E ROBERTO GIOBBI e os não premiados VANNI BOSSI e SHANKAR JUNIOR. Este último, com 13 anos, surpreendeu tudo e todos pela sua desenvoltura ao apresentar a versão indiana dum clássico da Magia: o truque dos covilhetes. E fê-lo da forma mais tradicional possível: sentado no chão, de pernas cruzadas (a rotina pode ser vista, a partir do 1m40s, aqui). 

Na minha perspectiva, na Gala de Close-up, sobressaíram JUAN TAMARIZ, BERNAD BILLIS, RENÉ LAVAND, MICHAEL AMMAR e DAVID WILLIAMSON e, nas conferências, destaco os três últimos nomes referidos e ARTURO DE ASCANIO.

Mas seria numa das galas de palco que me estaria reservado o momento mais emocional que até então tinha vivenciado nos congressos FISM. Entre os diversos convidados presentes nas galas ficaram-me na retina as actuações de VORONIN, ALI BONGO, MAHKA TENDO, LIVING MAGIC THEATRE, AMOS LEVKOWITCH, RUDY COBY e THE PENDRAGONS. 

Mas um senhor ultrapassou todas as minhas expectativas: HARRY BLACKSTONE JR.!... Na minha memória ficaram estas autênticas jóias mágicas: Vanishing Birdcage (que pode ser vista aqui) e Floating Lightbulb

Ora foi precisamente, durante a exibição de Floating Lightbulb que eu vivenciei o tal momento emocional que ainda hoje, ao relembrar, me provoca um arrepio na espinha igual ao que experimentei na altura. Como pode constatar-se, durante a exibição, HARRY BLACKSTONE JR. descia à plateia e entregava a lâmpada acesa a um espectador para que a mesma fosse examinada. Nessa gala inesquecível eu fui o escolhido. E, durante breves momentos, um aparato mágico carregado de história esteve nas minhas mãos. Inolvidável!

Foi também durante este Congresso FISM que adquiri o excelente livro "The Magic of Michael Ammar" e o desdobrável "Daryl Rope Routine" que iria ser o alicerce da minha rotina "O poema da corda amarela". Quando, em Março de 2000, Daryl esteve no Porto a realizar uma conferência tive oportunidade de obter uma dedicatória em tal desdobrável.

Depois de relembrar a emoção de segurar a lâmpada de HARRY BLACKSTONE JR. acho que preciso de um descanso. As restantes memórias deste ano ficam para um novo post que será colocado amanhã.

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