sábado, 24 de setembro de 2022

2008 - ANO TRINTA E SEIS

 


MAGIA NA RUA 

Em abono da verdade nestes 36 anos de prática do ilusionismo não fiz "actuações típicas” de rua, embora tivesse actuado em coretos, escadarias de Câmara Municipal, palcos improvisados ao ar livre, etc. A situação mais próxima de uma actuação de Magia de Rua aconteceu em 6 de Setembro deste ano através da participação no 3º Festival Nacional de Animação de Rua que decorreu na Rua da Junqueira (Póvoa do Varzim) e foi promovido pela Associação Comércio ao Ar Livre. E considero que foi uma experiência muito interessante.



MAIS UM FÓRUM DE ILUSIONISMO

Em 29 de Fevereiro deu-se o arranque de mais um fórum de ilusionismo em língua portuguesa, fruto da iniciativa de ALEXANDRE TERESO. Este fórum foi baptizado com o nome "ARTE DA ILUSÃO" e expressava em subtítulo "Forum que permite aos ilusionistas trocarem pontos de vista sobre o estado geral do ilusionismo". Foi neste fórum que, em 24 de Julho, se iniciou a publicação das crónicas semanais "ENTRADA LIVRE" da autoria de A. CARDINAL. 


THE BLACKPOOL MAGICIANS CONVENTION

Acompanhei o HELDER GUIMARÃES nesta ida a Inglaterra, onde ele foi actuar em close-up e conferenciar. Nesta viagem tivemos a companhia do DAVID SOUSA que também foi actuar em palco no mesmo evento. Ora a viagem programada tinha escala no Aeroporto de Heathrow (Londres). E foi nesta escala que aconteceu uma cena verdadeiramente caricata, pois fomos confrontados com a necessidade que "eliminar" uma das malas de mão que nos acompanhava a bordo. Foi um verdadeiro espectáculo público que proporcionamos aos transeuntes do aeroporto, com as malas abertas no chão na tentativa de realojar roupas e demais pertences. O DAVID SOUSA teve a vida um pouco mais complicada, mas lá se safou vestindo várias camisolas e casacos uns por cima dos outros e atestando os bolsos com cuecas e peúgas. 


A conferência do HELDER GUIMARÃES foi muito bem recebida e as novas notas de conferência (melhor dizendo, as mesmas notas de conferência mas com uma capa mais apelativa... e plena de significado mágico) esgotaram.


Um dos momentos mais sui generis desta convenção teve a ver com o formato da respectiva gala de close-up. A situação, tal e qual a percepcionei, levaria a que, em vez de gala de close-up, lhe chamasse largada de mágicos.

Devo começar por dizer que, na génese de tal formato, há uma boa ideia: a de proporcionar verdadeiras actuações de close-up aos participantes. Portanto havia um número significativo de locais (talvez dez ou mais) onde existia uma mesa própria para actuações de close-up e uma vintena de cadeiras colocadas como plateia em frente das mesmas. E os diversos actuantes apresentavam as suas rotinas em todas os locais existentes. Até aqui tudo bem. É uma solução interessante e tudo funcionaria de forma excelente se tais locais estivessem devidamente distanciados e isolados entre si, o que não acontecia.

Vou tentar descrever a situação implementada da melhor forma possível... Imaginem uma praça de touros em que a arena está fechada e funciona como bastidores. À volta deste redondel existe uma coroa circular a qual está dividida em vários sectores separados por biombos. Cada um destes sectores de coroa circular era precisamente um dos tais espaços com uma mesa e uma plateia com uma vintena de cadeiras e tinha uma porta de comunicação com a arena central (bastidores). Ao toque de um apito todas as portas se abriam em simultâneo e cada actuante entrava no local que lhe estava destinado. E tinha uma dezena de minutos para apresentar a sua rotina.

Ora era aqui que começava a confusão da interferência dos sons entre os diversos actuantes, nomeadamente dos aplausos que cada um conseguia do seu público. No final da respectiva actuação, cada actuante recolhia aos bastidores e, após todos terminarem, novo apito se ouvia e acontecia nova largada dos mágicos, cada um actuando num local diferente do anterior.


Efectivamente o espaço físico era ligeiramente diferente do que descrevi, conforme documenta a imagem reproduzida. Não havia uma "coroa circular", mas sim uma área designada Horseshoe Arena e os bastidores funcionavam no Pavilion Theatre

Uma outra grande memória desta convenção é a imagem da enorme feira mágica, que proporciona um ambiente de ruído de fundo digno de uma verdadeira Torre de Babel.



LUÍS DE MATOS NO MOSTEIRO DE ALCOBAÇA

Em 6 de Julho rumei a Alcobaça na expectativa de ver o respectivo Mosteiro ser palco da maior metamorfose de todos os tempos. Ora como diz o povo na sua infinita sabedoria "o que começa torto, tarde ou nunca se endireita". E este espectáculo de LUÍS DE MATOS começava muito torto ao usar como cartaz promocional uma fotografia que é, claramente, um plágio da foto promocional do filme O ILUSIONISTA onde o protagonista EDWARD NORTON aparece precisamente na mesma pose.

Por isso não é de admirar que a situação tenha mesmo dado para o torto com inúmeras críticas a serem tecidas ao evento, de que é exemplo a notícia seguinte.


Esta deslocação a Alcobaça foi mesmo para esquecer, pois até o frango na púcara que nos serviram para jantar como especialidade da casa estava abaixo de sofrível.


MAGICVALONGO

Seria com certeza um esquecimento imperdoável não referir este evento pois, nas palavras de um dos organizadores (António Cardinal), é "o maior evento de ilusionismo que se realiza anualmente no nosso país e um dos melhores a nível mundial" (sic) conforme se pode constatar nesta notícia de A Voz de Ermesinde.

A mesma notícia permite ainda ler a seguinte pérola que me dispenso de comentar: o MagicValongo é actualmente a grande universidade do ilusionismo em Portugal, citando entre outros o nome do campeão do mundo de cartomagia, Hélder Guimarães, como um dos "alunos" saídos da "Universidade MagicValongo" (sic).


MAGIALDIA

Este ano também participei neste evento mágico que possui um largo historial de qualidade. E devo dizer que em nada frustrou as minhas expectativas. A deslocação a Vitoria-Gasteiz também me permitiu visitar o excelente MUSEO FOURNIER DE NAIPES DE ALAVA.

Relembro a magia de GABI e a boleia que lhe proporcionamos para ir para a sede do congresso. A deslocação foi feita na companhia do MANOLO e da Glória, além da Fátima, evidentemente. Tudo correu bem e, no dia seguinte ao nosso regresso, fomos surpreendidos com uma notícia televisiva que dava nota da explosão de uma bomba no parque de estacionamento onde, habitualmente, aparcávamos.


NOTAS DE RODAPÉ

Nota de sinal + : A experiência de trabalhar na rua..
Nota de sinal - : Tentativas de "cavalgar nas costas" do sucesso de outros.
Nota de sinal - : A "bronca" de Alcobaça.

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